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    Livramento de Nossa Sra. / BA

O Município - História

HISTÓRICO

  

Livramento de Nossa Senhora Bahia - BA 
Histórico
O primeiro núcleo populacional iniciou-se em 1715 com a chegada de paulistas na região a procura de ouro e pedras preciosas. Os jesuítas que os acompanhavam construíram a capela de Nossa Senhora do Livramento, originando o arraial. Em virtude da mineração do ouro, o povoado cresceu rapidamente, sendo elevado à vila em 1724. Por ordem do Conde de Gáveas, a sede da vila foi transferida para o povoado de Creoulos, atual Rio de Contas, em 1743. A antiga vila desceu à categoria de simples povoado, com o nome de Vila Velha.
Em 1880, o povoado de Vila Velha foi novamente elevado à vila, com o nome de Vila Nova do Brumado, porém a Resolução não foi executada. Restaurou-se o município de Vila Velha em 1921. Em 1923, alterou-se o topônimo para Livramento.
Em 1931, o topônimo foi mudado para Livramento do Brumado, devido à existência do Rio Brumado que corta o município. A Lei Estadual nº 2.325, de 14 de maio de 1966, alterou o topônimo para Livramento de Nossa Senhora, cuja vigência depende da promulgação da nova Divisão Territorial do Estado.
Livramento do Brumado teve seu território desmembrado em 1962, para formar o Município de Dom Basílio.
Os nativos de Livramento do Brumado são chamados livramentenses. 
Gentílico: livramentense 

Formação Administrativa
Freguesia criada com a denominação de Nossa Senhora do Livramento de Vila Velha, pela resolução provincial nº 1304, de 16-03-1868, subordinado ao município de Minas do Rio de Contas.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Vila Nova do Brumado, pela lei provincial nº 1994, de 03-06-1880, desmembrado de Minas do Rio de Contas. Sede no distrito de Nossa Senhora do Livramento, Vila Velha do Rio de Contas. 
A Vila foi extinta posteriormente.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, figura no município de Minas do Rio de Contas o distrito de Vila Nova de Brumado.
Elevado novamente à categoria de Vila com a denominação de Vila Velha, pela lei estadual nº 496, de 26-07-1921, desmembrado de Minas do Rio de Contas. Consttiuído do distrito sede. Instalado em 06-10-1921.
Pela lei estadual nº 1612, de 25-05-1923, de Vila Velha passou a denominar-se Livramento.
Elevada à condição de cidade e sede municipal com a denominação de Livramento, pela lei estadual nº 1918, de 13-05-1926.
Pela lei estadual nº 1923, de 13-08-1926, é criado o distrito de Curralinho e anexado ao município Livramento. 
Pela lei estadual nº 2187, de 17-07-1929, é criado o distrito de Conceição e anexado ao município de Livramento. Pelo decreto estadual nº 8763, de 29-12-1933, é criado o distrito de Iguatemi e anexado ao município de Livramento. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 4 distritos: Livramento, Curralinho, Conceição e Iguatemí. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto-lei estadual nº 11089, de 30-11-1938, o distrito de Conceição passou a denominar-se Itanagé. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 4 distritos: Livramento, Curralinho, Iguatemi e Itanagé ex-Conceição. 
Pelo decreto estadual nº 141, de 31-12-1943, retificado pelo decreto estadual nº 12978, de 01-06-1948, o município passou a denominar-se Livramento do Brumado e o distrito de Curralinho a denominar-se Ibirocaim.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município já denominado Livramento de Brumado é constituído de 4 distritos: Livramento do Brumado, Ibirocain, Iguatemi e Itanagé. 
Pela lei estadual nº 628, de 30-12-1953, o distrito de Ibirocaim passou a denominar­se Dom Basílio. Sob a mesma lei é criado o distrito de São Timóteo, com terras desmembras os distritos de Itanajé e anexado ao município de Livramento do Brumado.
Em divisão territorial datada de1-VII-1955, o município é constituído de 4 distritos: Livramento do Brumado, Dom Basílio, Iguatemi e Itanagé.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela lei estadual nº 1657, de 05-04-1962, desmembra do município de Livramento do 
Brumado o distrito de Dom Basílio. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos: Livramento, Brumado, Iguatemi, Itanagé e São Timóteo. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município de Livramento do Brumado é constituído de 4 distritos: Livramento do Brumado, Iguatemi, Itanagé e São Timóteo. Pela lei estadual nº 2325, de 14-05-1996, o município de Livramento do Brumado passou a denominar-se Livramento de Nossa Senhora. 
Em divisão territorial datada de 15-VII-1997, o município já denominado Livramento de Nossa Senhora é constituído de 4 distritos: Livramento de Nossa Senhora, Iguatemi, Itanagé e São Timóteo. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. 

Alterações toponímicas municipais 
Nossa Senhora do Livramento de Vila Velha para Vila Nova do Brumado alterado, pela lei 
provincial nº 1994, de 03-06-1880. 

Vila Nova do Brumado para Vila Velha alterado, pela lei estadual nº 496, de 26-07-1921. 

Vila Velha para Livramento alterado, pela lei estadual nº 1612, de 25-05-1923. 

Livramento para Livramento do Brumado alterado, pelo decreto-lei estadual nº 141, de 31­12-1943. 

Livramento do Brumado para Livramento de Nossa Senhora alterado, pelo lei estadual nº 
2325, de 14-05-1996.

Fonte: IBGE

 

SOBRADO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA-BA

Não se sabe a data precisa que foi construído. Segundo Mário do Carmo Tanajura que deixou um livro de tabelião com várias notas histórica, teria sido construído pelas irmãs Castro Coelho pelos anos de 1850 a 1860, entre elas, a senhora Antonia Francisca de Jesus Coelho, que se casou com o médico e político baiano José de Aquino Tanajura. O sobrado, conhecido até 1942, como Sobradão dos Tanajuras, data em que foi vendido a Prefeitura Municipal de Livramento de Nossa Senhora, segundo contava a minha avô, Egmídia Rosa Tanajura, teria sido construido em oposição ao outro Sordo, já edificado um pouco mais adiante, próximo à Igreja Matriz. Quando Antônia Francisca se casou com o Dr. Tanajura, em 1861, suas irmãs doaram suas partes ao casal. Com a morte de Dr. José de Aquino Tanajura ocorrida em 1918, o imóvel passa para seus filhos, que o vendem à Prefeitura em 1942.
       Segundo o Inventário do IPAC, já citado, cujo texto nos servirá de base no conhecimento do nosso patrimônio arquitetônico, o Sobrado da Prefeitura é um edifício de relevante interesse. Possui corpo retangular recoberto em quatro águas e um apêndice posterior com coberura em duas águas, que se abre para o pátio de serviços. Devido à declividade do terreno, o corpo principal se desenvolve em três níveis: porão, que ocupa 50% da projeção do edifício, térreo e pavimento nobre. 
       O anexo, que abrigava a Cadeia, tem dois níveis, que correspondem ao porão e térreo do corpo principal. O frontispício é flanqueado por cunhais, tendo nove portas, superpostas por igual número de janelas. Dizem que estas portas e janelas foram confeccionadas pelos escravos do Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura. Todos os vãos possuem marcos a madeira e terminações em arcos plenos. Nas outras fachadas só os vãos do pavimento nobre têm esta forma, enquanto os demais apresentam vergas retas. 
       Até a década de 60, a água do telhado era recolhida em calhas artisticamente trabalhadas, para evitar a umidade ao pé das paredes. Estas até certa altura do andar térreo foram levantadas pelo processo de taipa de pilão. Dai para a frente, são de adobes.
       O interior do edifício é simples e despojado de qualquer forma artística, a não ser uma escada helicoidal em madeira, que dá acesso ao sobrado propriamente dito. 
       O piso do porão é em terra batida e lajota de barro cozido. O teto é forrado pelo tabuamento do pavimento superior. Originariamente, o sobrado era de uso misto de residência e comércio, transformado em edifício público na década de 40. Foi, durante muito tempo, residência da família do Dr. José de Aquino Tanajura. Este com seus filhos residiam em outra casa espaçosa no sítio Bom Jardim de São José onde passavam a maior parte do tempo. Só permaneciam na Vila durante os dias festivos, geralmente nas festas de fim de ano ou da padroeira da cidade. Então, nestas datas, escancaravam-se portas e janelas, a Vila se movimentava com carros de bois em forma de gôndolas e cavaleiros bem ajaezados, vindo das fazendas.

Fonte: Livro História de Livramento - a terra e o homem - Autor Mozart Tanajura.

 

O CASARÃO DA FAMÍLIA ALCÂNTARA - LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA BA

       Casa de Deoclides Alcântara - Não se sabe a data e por quem foi construída. Por suas características tipológicas parece tratar-se de uma construção de meado do século XIX. Seu proprietário mais antigo e provável construtor foi o Cônego Tibério Severino Rio de Contas que, ao falecer, deixou o imóvel para suas irmãs: Cândida Lira da Paixão, Rita e Flora. Deoclides Alcântara a adquiriu em mãos das herdeiras do padre.

        Segundo descrição do IPAC (Inventário de Proteção do Acervo Cultural) realizada em 1980 o edifício tem plantaretangular com anexos de serviços na parte posterior. O corpo principal é recoberto por telhado em duas águas. Seu aspecto atual é resultante de transformações sofridas no início do século XX, quando as fachadas principal e lateral esquerda foram adaptadas ao gosto neogótico. 
       Na fachada principal existe uma porta central, ladeada por dez janelas, até 1980, guarnecidas por caxilharia em guilhotina. Uma curiosa platibanda gradeada arremata o frontispício. A fachada posterior mantém o aspecto primitivo da casa com portas e janelas de vergas retas, guarnecidas também por caxilharia em guilhotina.

Interiormente, o Casarão dos Alcântaras possui ainda, digno de nota, uma escada helicoidal, semelhante a do sobrado da Prefeitura, que dá acesso ao sótão; dois quartos e uma sala assoalhada, com pisos nos demais cômodos do corpo principal. O anexo de serviços é pavimentado com lajões de pedra, extraída da serra próxima. Os cômodos,voltados para a praça, possuem forro em madeira com abas.           
Ornamenta a residência um rico mobiliário que não se sabe por que milagre não foi disperso entre herdeiros ou vendido para antiquários e colecionadores. Além de uma cama que teria pertencido ao Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura, existe nas duas salas principais mobílias austríacas do século XIX, lustres franceses e espelhos policromados. Dentre as alfaias sobressaem imagens em madeira também policromadas e todo um vestuário inglês em moda no início do século XX nos sertões de Rio de Contas, curiosidades que todo museu gostaria de exibir.

Parte de traz do Casarão

Com exceção do Solar da Lagoa, residência do Senador Tanajura, não existia outra casa em Livramento com mais conforto e luxo do que a casa do Coronel Deoclides Alcântara. Nas noites de Natal e Ano Novo, sua fachada e interior eram esplendidamente iluminados a carbureto, ocasião em que se franqueava ao público a visitação ao presépio, armado na sala principal.


Fonte: Livro História de Livramento - a terra e o homem

 

Autor: Mozart Tanajura

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